Nesta semana, uma notícia impactou diretamente a rotina de milhares de trabalhadores que atuam como entregadores em todo o Brasil: o iFood anunciou um aumento no valor mínimo pago por entrega para quem realiza entregas de moto e bicicleta. A medida é parte de uma estratégia da plataforma para melhorar as condições de trabalho de seus parceiros logísticos, buscando manter a competitividade e atender às crescentes demandas por valorização desses profissionais. O reajuste já está em vigor e representa um passo relevante na valorização da categoria.
Com o novo reajuste, os entregadores que utilizam bicicleta passam a receber R$7,00 por trajeto mínimo, um aumento de 7,7% em relação ao valor anterior, que era de R$6,50. Já os motociclistas, que também enfrentam desafios específicos no trânsito urbano, agora recebem R$7,50 por entrega mínima, o que representa um crescimento de 15,4% no valor anterior. A mudança é significativa, especialmente em um cenário de alta dos combustíveis e de aumento no custo de vida nas grandes cidades.
A decisão do iFood chega após diversas discussões entre entregadores e a plataforma, incluindo reivindicações por melhores condições de trabalho e remuneração justa. Ainda que o modelo de trabalho por aplicativo continue sendo tema de debate, especialmente em relação aos direitos trabalhistas, medidas como essa mostram uma tentativa de resposta às pressões do setor e podem servir de referência para outras empresas do segmento. O reajuste pode ser visto como um sinal de abertura ao diálogo, mesmo que ainda haja muito espaço para melhorias.
Além do aumento no valor mínimo, o sistema de pagamentos do iFood continua considerando variáveis adicionais que afetam diretamente o ganho total por entrega. Entre esses fatores, estão os quilômetros percorridos, o tempo de deslocamento e entregas acumuladas em uma mesma rota. Isso significa que, dependendo das condições do trajeto e da estratégia do entregador, os valores recebidos podem ser ainda maiores. Para muitos, esse modelo flexível representa uma oportunidade de maximizar os lucros, desde que o volume de pedidos seja constante.
O reajuste no pagamento também pode influenciar positivamente a atração e retenção de novos entregadores na plataforma. Com mais pessoas interessadas em atuar no setor de entregas, especialmente em tempos de desemprego elevado, oferecer uma remuneração mais justa se torna um diferencial competitivo. Além disso, entregadores mais experientes tendem a se manter ativos por mais tempo se perceberem que seus esforços estão sendo reconhecidos financeiramente, o que contribui para a qualidade geral do serviço prestado.
Outro ponto relevante é o impacto que esse aumento pode gerar na percepção pública do iFood. A empresa, que já foi alvo de críticas em relação à forma como lida com seus entregadores, agora busca reposicionar sua imagem com medidas práticas. A mudança na política de pagamento pode reforçar uma postura mais responsável socialmente e aumentar a confiança dos consumidores, que cada vez mais levam em consideração o tratamento dado aos trabalhadores antes de escolherem uma plataforma de serviços.
Para os entregadores, o aumento representa mais do que apenas alguns reais a mais por corrida. Trata-se de um reconhecimento simbólico da importância do seu papel no ecossistema urbano. Em meio ao caos do trânsito, à exposição ao clima e à pressão por agilidade, esses profissionais garantem o funcionamento de uma cadeia de consumo essencial, especialmente em grandes centros. Valorizar esse trabalho é também investir em mobilidade, conveniência e qualidade de vida para todos os envolvidos.
Com a atualização nos valores pagos, o iFood dá um passo importante na construção de uma relação mais equilibrada com os profissionais que impulsionam a sua operação no dia a dia. Ainda que o caminho para condições ideais de trabalho no setor de entregas por aplicativo seja longo, decisões como essa mostram que ajustes são possíveis e necessários. A expectativa é que novas melhorias sejam anunciadas em breve, reafirmando o compromisso com o bem-estar e a dignidade dos entregadores em todo o país.
Autor : Adam Scott
