Internações de motociclistas crescem 55% em dez anos, aponta o Ministério da Saúde

Adam Scott
Adam Scott
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Número de mortes de motociclistas por lesões no trânsito apresentou estabilidade entre 2011 e 2021, assim como a taxa de mortalidade, de acordo com boletim epidemiológico do ministério

Entre 2011 e 2021, a taxa de internação de motociclistas passou de 3,9 para 6,1 por 10 mil habitantes no Brasil.

O aumento de 55%, registrado em dados do Ministério da Saúde, considera apenas informações da rede do Sistema Único de Saúde (SUS) e conveniados.

De acordo com o ministério, em 2021, o custo com esse tipo de internação chegou a R$ 167 milhões. Em 2020, as lesões de trânsito foram responsáveis por mais de 190 mil internações – dessas, cerca de 61% entre motociclistas.

Segundo o Ministério da Saúde, a lesão de motociclistas no trânsito é um problema de saúde pública global, estando entre as 10 principais causas de morte em países de baixa e média renda.

Acidentes com moto também representam a 6ª maior causa de incapacidade.

Por isso, a pasta destaca a importância de fortalecer a rede de atenção à saúde, para notificar de forma correta esses casos, além de medidas de prevenção para evitar novos acidentes.

Ainda de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pelo ministério, o número de mortes de motociclistas por lesões no trânsito apresentou estabilidade entre 2011 (11.485 óbitos) e 2021 (11.115 óbitos), assim como a taxa de mortalidade que, em 2011, foi de 5,8 por 100 mil habitantes e, em 2021, ficou em 5,7 por 100 mil habitantes.

Reflexos no SUS
“A morbidade e a mortalidade por lesões de trânsito, especialmente a de motociclistas, se caracterizam como um problema de múltiplas determinações e as intervenções para sua redução dependem de diversos atores dos sistemas econômicos e públicos”, avaliou a pasta.

Para o ministério, ações do setor devem ser complementadas por ações de órgãos de trânsito, educação e planejamento urbano.

“Também é de fundamental importância capacitar a rede de atenção à saúde para identificar os acidentes de trabalho com motociclistas, tanto de trajeto quanto típicos, notificando adequadamente nos sistemas de informação em saúde, permitindo obter informações fidedignas desse agravo e propor ações de promoção de saúde e prevenção desses acidentes.”

Importância do uso de capacete
Em abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) faz um novo alerta sobre a importância do uso de capacetes para a prevenção às mortes no trânsito.

De acordo com a instituição, o equipamento de proteção reduz ferimentos cerebrais em até 74%. Os dados fazem parte de um novo guia, que pretende aumentar a adesão ao item pelos motociclistas.

O manual, disponível online em inglês, oferece conselhos aos gestores de políticas públicas e legisladores sobre regulações e ações que visam o uso seguro de capacetes de qualidade para prevenir a morte nas estradas.

O traumatismo craniano e traumas na cabeça são a maior causa de morte de condutores de motos. Segundo a OMS, capacetes seguros reduzem o risco de morte em até seis vezes.

No entanto, em muitas nações de rendas baixa e média, a utilização é pequena mesmo que o número de motocicletas em circulação continue aumentando.

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